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II SEMINÁRIO NOVOS POVOAMENTOS

 

Em tempos de grandes perdas, diante do estado de exceção que estamos vivendo no país – já evidente perante as atuais banalizações da vida e da democracia –, a 2ª edição do Seminário Novos Povoamentos se ergue para dar voz e vez à luta pela descolonização do pensamento.

 

Sabemos que é urgente respirar, ganhar fôlego e abrir espaço para uma expressão-expansão das forças vitais. Novos Povoamentos deseja criar fendas por onde outros modos de respiração e expansão possam acontecer. É um convite às formas inacabadas, incertas e por vezes efêmeras, um mergulho intensivo em pesquisas que se destinam e invocam povoamentos vulneráveis, germinais, capazes de mapear as forças que engendram suas próprias existências.

 

Em 2016, com a intenção de criar um espaço de encontro e proliferação de modos de pensar e existir que se posicionam criticamente perante os modelos acadêmicos pré-estabelecidos, o Seminário Novos Povoamentos surge como um desdobramento dos percursos de pesquisas que encontram no Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC/SP um território fértil para sua germinação.

 

(R)existimos no espaço acadêmico, não para nos enquadrar nas formas de dominação e assujeitamento da burocracia e da linguagem técnica, mas para reivindicar uma produção de pensamento enquanto exercício de liberdade, enquanto ato de criação, dentro e fora da universidade.

 

Criado a partir de um sincero desejo de ressignificar o espaço institucional de pesquisa, a realização do Seminário Novos Povoamentos visa fomentar entre nós, mestrandos e doutorandos do Núcleo de Estudos da Subjetividade, um campo fértil à criação e compartilhamento de novas formas de existir/pensar/criar. Para isso, convocamos pesquisadores, artistas, filósofos, psicanalistas, psicólogos e ativistas que estejam interessados em questionar as coordenadas tradicionais dos encontros acadêmicos, tendo em vista tornar possível o surgimento de outras modalidades de troca e composição: Sensibilidades copoiéticas: modos de povoar os corpos; A terra e seus delírios: experimentação poético-política de uma prática filosófica animista; Por uma clínica insurgente; Clínica da militância ou politicanálise; Arte e clínica como exercício do desejo; Clínica e processo criativo. No formato de oficinas-laboratórios, esses grupos de trabalho, divididos em seis núcleos temáticos, visam abrigar pesquisas que por efeito gravitacional sejam capazes de construir constelações luminosas em torno de cada tema, intensificando assim o poder de atração dos povoamentos que estão em jogo.

 

Para engrossar o caldo, o Seminário contará com a presença de Marcelo Ariel, Kenarik Boujikian (TJ-SP) e Suely Rolnik (PUC/SP) na mesa de abertura, sob a mediação de Denise Sant'Anna (PUC/SP). Já na mesa de encerramento estarão presentes Joana D'arc Fernandes Ferraz (UFF, Niterói), João Perci Schiavon (PUC/SP) e Peter Pál Pelbart (PUC/SP). Diferente da primeira edição do evento, desta vez o Seminário acontecerá no Teatro Tucarena, que na noite do dia 5 de junho, abrigará também a Ação Performativa intitulada EsquizoArena – um púlpito aberto às vozes anárquicas que visa dar à luz um manifesto, uma fala pública de expressão híbrida entre arte e clínica, uma fala-berro-grito coletivo capaz de dar passagem à vida que se encontra soterrada, amordaçada, silenciada.

 

Nesta edição do II Seminário Novos Povoamentos os textos decorrentes das propostas inscritas nos Laboratórios, bem como as possíveis produções a serem realizadas ao longo do Seminário, poderão ser publicados na edição 2018 dos Cadernos de Subjetividade, revista do Núcleo de Estudos de Subjetividade que terá um dossiê dedicado especialmente aos textos produzidos por ocasião do II Seminário Novos Povoamentos.

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Inspirados em um exercício de escrita desenvolvido pela Profa. Suely Rolnik junto aos seus orientandos, pedimos que escreva um parágrafo de no máximo 05 (cinco) linhas em que você compartilhe conosco os caminhos atuais de sua pesquisa. Porém ao invés de nos apresentar um conjunto de ideias assertivas e sobrecarregadas de conceitos acadêmicos, tente expor com suas próprias palavras os germes que te movem enquanto pesquisador. Ao final desse parágrafo, copie uma citação, também de no máximo 05 (cinco) linhas, de algum autor (filósofo, poeta, sociólogo, etc.) a qual você acredita vibrar em semelhante germinação. Sugerimos que acessem o vídeo no qual a Profa Suely Rolnik fornece um dizer quanto a esse exercício de escrita.

PROGRAMAÇÃO

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04 de junho (segunda-feira)

 

18:00 às 19:00 – Credenciamento no Seminário. Local: Saguão do Tucarena

 

19:00 às 22:00 – Mesa de Abertura. Local: Tucarena

(R)existências (micro)políticas: em favor das forças vitais

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Marcelo Ariel (poeta, performer, escritor, ensaísta e dramaturgo, residente em Cubatão, cidade industrial da Baixada Santista)

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Kenarik Boujikian (desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Militante na defesa dos Direitos Humanos, co-fundadora e presidente da Associação Juízes para a Democracia, integrou o grupo de trabalho e estudos Mulheres Encarceradas).

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Suely Rolnik (psicanalista, ensaísta, pensadora da arte e da cultura e professora titular da PUC/SP).

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Mediação: Denise Sant'Anna (professora livre-docente de História da PUC/SP).

 

05 de junho (terça-feira)

 

14:00 às 18:00hs – Laboratórios Novos Povoamentos 2018

Local: Campus Monte Alegre da PUC/SP, salas a confirmar

Proponentes: pesquisadores do Núcleo de Estudos da Subjetividade

90 vagas – inscrições via formulário

 

19:00 às 22:00hs – EsquizoArena – Ação Performativa

Local: Tucarena

Proponentes: Alda Maria Abreu, Ana Paula Cohen, Josy Panão e Sabrina Andrade

Ativação: Suely Rolnik (psicanalista, ensaísta, pensadora da arte e da cultura e professora titular da PUC/SP).

150 vagas – inscrições via formulário

 

06 de junho (quarta-feira)

 

14:00 às 16:00hs – Laboratórios Novos Povoamentos 2018

Local: Campus Monte Alegre da PUC/SP, salas a confirmar

 

16:00 às 18:00hs – Laboratórios Novos Povoamentos 2018 – compartilhamentos

Local: Campus Monte Alegre da PUC/SP, Auditório 117-A

 

19:00 às 22:00hs – Mesa de Encerramento

Local: Tucarena

Modos de povoar: a que se destina a invenção de um povo? Haverá povo porvir?

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Joana D'arc Fernandes Ferraz (professora do departamento de Sociologia da UFF, Niterói).

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João Perci Schiavon (psicanalista, pós-doutorando e autor da tese Pragmatismo pulsional – clínica psicanalítica).

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Peter Pál Pelbart (filósofo, escritor, professor titular do departamento de Filosofia e do Núcleo de Subjetividade da PUC/SP).

 

II Seminário Novos Povoamentos acontecerá entre os dias 04 e 06 de junho de 2018, no Campus Monte Alegre da PUC/SP, localizado na Rua Monte Alegre, 984, São Paulo.

As atividades noturnas (19:00 às 22:00hs) acontecerão no Tucarena – Teatro de Arena da PUC/SP que está localizado ao lado da universidade, Rua Monte Alegre, 1024, São Paulo.

As salas onde acontecerão os laboratórios do seminário serão divulgadas em conjunto com o resultado da seleção dos participantes.

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INSCRIÇÕES

 

Para realizar sua inscrição confira o edital e escolha sua forma de participação:

 

1. Leia aqui o EDITAL e o programa II Seminário Novos povoamentos

​2. Se tiver interesse apenas em participar como ouvinte das mesas preencha este FORMULÁRIO.

​3. Se estiver interessado em participar dos LABs preencha este FORMULÁRIO.

4. Se estiver interessado também em integrar a Ação Performativa EsquizoArena preencha este FORMULÁRIO.

 

Seguiremos o cronograma abaixo:

 

Período de inscrições: de 02/04 a 20/04/18

Divulgação do resultado: 01/05/18 - CONFIRA AQUI A LISTA DE INSCRITOS PARA OS LABORATÓRIOS

Prazo para confirmação de presença: 15/05/18

 

 

LABORATÓRIOS

 

Lab 01_ Sensibilidades copoiéticas: modos de povoar os corpos

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Proponentes: Francisco Freitas, Pedro Mestre Passini, Rodrigo Vaz e Sabrina Batista Andrade.

 

Ao criarmos corpos conjuntivos, justapostos e bricouleurs, podemos experimentar zonas de contato desconhecidas, criadas no campo intensivo de um processo trans-subjetivo. Implicar-se na investigação coletiva dos afetos produzidos neste laboratório quer abrir caminho para o deslimite e deixar-se habitar pela alteridade em nós, procurando juntos uma extração da diferença. E, a partir disso, copoietizar a existência, multiplicando os encontros de corpos, estendendo suas conexões e intensificando seus fluxos. O corpo não é apenas algo extenso a ocupar um espaço, mas uma intensidade povoada de múltiplas maneiras. O corpo é múltiplo e ao mesmo tempo singular. Ocupar o corpo, povoar a pele – a mais profunda superfície – e, com isso, inventar novos modos de existência. Assim, abertos como o corpo em cada poro, aceitamos propostas de experimentações sonoras, olfativas, gustativas, visuais, performáticas, sinestésicas, políticas, oficinas dos sentidos, modos de povoar o corpo.

 

 

Lab 02_ A terra e seus delírios: experimentação poético-política de uma prática filosófica animista

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Proponentes: Alda Maria Abreu, Fanny Feingenson, Lu Briotto, Suzy Okamoto e Tarcísio de Almeida.

 

Experimentar é tentar responder da melhor maneira possível a perguntas constantemente não formuladas. Somente ao responder é que saberemos qual era a pergunta feita. (...) Não criamos alma apenas para os psiquismos humanos, mas para os animais, os vegetais, os minerais, todos os corpos da natureza.

(David Lapoujade, Existências Mínimas)

 

Como reinventar militância e resistência por meio de estratégias animistas afirmativas? Quais enfrentamentos micropolíticos, estratégias microecomônicas e produções artísticas atuais são capazes de transbordar jorros de liberdade em nossos lutos e lutas diárias? Na busca por poéticas de vida em que as dimensões ética, estética e política coexistam libertas da mordaça neoliberal, lançamos a proposta deste laboratório que buscará ser um espaço de experimentação em forma de ritual. Para isso, convocamos pesquisadores, artistas-filósofos-psicólogos-poetas que buscam inventar para si e para o mundo outros modos de consumo, novos modos de militância, outras formas de ser a natureza, outras liberdades, ainda impensadas, quiçá animistas. Na prática, este laboratório visa a instauração de uma festa/rito/celebração desse novo, desses outros modos de existir, ainda porvir. A ideia é que o trabalho do grupo se esparrame nos tempos antes, durante e depois do evento, e assim como o peyote, a jurema, a cannabis e todas as plantas de poder que atravessam nossos corpos-pesquisas diariamente, desejamos que esse encontro/festa/LAB acadêmico seja formado pela partilha de experiências, alimentos, saberes, sabores e aprendizagens do corpo com a terra e o tempo das plantas. Caberá a cada participante o preparo/plantio de um alimento nos dias que antecedem o evento, tarefa para a qual futuramente todos os inscritos receberão as devidas instruções. Em favor de delírios poético-políticos, o laboratório não visa uma produção de conhecimento predeterminado, mas sim trazer à tona processos de fermentação do pensamento.

 

 

Lab 03_ Por uma Klínica insurgente

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Propositores: Ana Carolina Perrella, José Cavallero, Lorena Cascallana, Renata Baboni e Raquel Ritter.

 

Vivemos em tempo de crise. A crise pode ser interpretada sob o ponto de vista da tática de governo ou da possibilidade de produzir desvios. Diante das estratégias de poder contemporâneo, como podemos inventar outros modos de existir? A Klínica em suas práticas, à altura do nosso tempo, pode potencializar as forças vitais no enfrentamento dos microfascismos cotidianos. Uma Klínica que entenda a escuta dos afetos como dispositivo micropolítico e produção da diferença, capaz de conectar o desejo à ética na construção de outras formas de habitar o mundo.

 

 

Lab 04_ Clínica da militância ou politicanálise

 

Proponentes: Amanda Beça e Élida Lima.

 

Uma escuta da militância, que capte as vozes em suas singularidades, sem a necessidade de apelar a modelos vigentes. Desbotar a militância de seus clichês, o que implicaria trocar o heroico pelo erótico. Eros é seleção e ligação. Assim, a militância revelaria sua dimensão clínica: fazer gritar a partir do singular, produzindo um presente de mobilidades e vidas imprevistas.

 

 

Lab 05_ Arte e clínica como exercício do desejo

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Proponentes: Ana Paula Cohen, João Pentagna e Pedro Taam.

 

Não se escreve com as neuroses. A neurose, a psicose, não são passagens de vida, mas estados nos quais se cai quando o processo se interrompe, quando está impedido, preenchido. A doença não é processo, mas paragem do processo (…). E também o escritor-artista como tal não é doente, mas médico, médico de si próprio e do mundo. (Deleuze, Crítica e Clínica)

  

Como abrir caminhos para o desejo obstruído? Fazer feitiçaria da libido, liquefazer as energias estagnadas, remodelar o corpo para constituir uma outra superfície habitável, desfazendo hábitos, acolhendo, aprofundando e resignificando fantasmas?

Trata-se de, simultaneamente, dar conta de um processo clínico e criador: efetuar a suspensão ou saída de si, em que se pode ver as linhas de um campo problemático de outra altura do tempo; e arrastar o desejo por uma linha dobrada, que o sustenta em múltiplas linguagens, múltiplos acontecimentos, até se contraefetuar na obra, na carne e na maneira de viver.

Pensar o ato criador como potência que percorre os caminhos estagnados e dá vazão ao que precisa criar corpo, ganhar vida em forma de linguagem, e atravessar, mover e transmutar as estruturas estratificadas de realidade.

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Lab 06_ Clínica e processo criativo

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Proponentes: Ana Goldenstein Carvalhaes, Clara Barzaghi e Guilherme Ponce.

 

Em meio a narrativas que emergem de momentos cruciais em processos analíticos, procuramos investigar, em termos de produção de diferença, aquilo que é produzido quando o inconsciente ressoa com uma ação política. Considerando que o status do inconsciente é ético, junto com a afirmação de Deleuze e Guattari de que o inconsciente funciona como uma indústria, entrar no tempo do inconsciente – trabalho da análise – é também entrar em contato com a diferença de produção em um caminho prático, na dimensão do real.

Além disso, a experiência clínica do analista e do analisando atua como um verdadeiro coletivo, um coletivo de criação em experiências diversas. Ao pensar em lugares de criar juntos, passamos para o campo subjetivo, menor, e pensamos em situações específicas. Na prática clínica, análises que abordam questões que atravessam diretamente o campo da militância (por exemplo, questões feministas, raciais, sociais, ecológicas, econômicas, artísticas, estéticas, etc.) acabam superando suas próprias narrativas, aguçando modos de existência, libertando de certos clichés que a macro-política tende a impor. Seguimos tentando inventar boas experiências, na tentativa de não seguir modelos nem nos agarrar a fímbria daquelas criadas nas fendas. Às vezes falhamos. Esse talvez seja um bom problema. Vamos discutir clínicas como prática de criação; criação de espaço onde habitam diferenças, onde é preciso rever éticas; clínica como arte de novos caminhos de estar e criar junto.

 

 

Publicação

 

O envio dos materiais decorrentes das propostas inscritas nos Laboratórios, bem como das produções realizadas ao longo do Seminário deve acontecer até o dia 31 de agosto de 2018, através do e-mail novospovoamentos_publicação@gmail.com.

Estes materiais, após aprovados, serão publicados na edição 2018 dos Cadernos de Subjetividade, revista do Núcleo de Estudos de Subjetividade, que terá um dossiê dedicado especialmente aos textos produzidos por ocasião do II Seminário Novos Povoamentos. Oportunamente serão divulgadas as modalidades e formatos dos materiais para a publicação, bem como as normas e subversões cabíveis.

Contact

Novos Povoamentos é um projeto realizado pelo Núcleo de Estudos da Subjetividade (PUC-SP).

Estamos a disposição para suas dúvidas e interesse de participação!

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